26 maio 2006

Canadá

Montreal
http://pt.trekearth.com/gallery/North_America/Canada/photo389416.htm

Maria do Carmo Vieira-Montfils

POESIA ÚTIL

A minha poesia é inútil.
Mas continuo a escrever
talvez por algum motivo fútil...
Vaidade, prazer,
penitência, dor,
amor...
Versos existenciais,
outros circunstanciais,
não menos experienciais,
povoam meu pensamento.
Queria dar-lhes uma função
para o bem da humanidade,
para o seu desenvolvimento.
E que coubessem numa canção
com toda a serenidade.
Quem sabe se eu defendesse uma causa,
se eu falasse contra o racismo,
se eu lutasse contra o egoísmo
e o individualismo...
o mundo faria uma pausa?
A minha poesia é inútil.
Mas continuo a escrever
talvez por algum motivo fútil.

http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmontfils.html#util

"SEM MOTIVO "
Queria um poema leve,
suave,
um poema como a neve,
branco.
Que, mesmo sendo manco,
fluísse solto, isento,
como o vento.
Um poema sem quotidiano,
sem nação,
como ouvir piano.
Um poema sem razão.

http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmontfils.html#util

Pedro Tavares, N.º 24 - 7.º 2.ª
02 Junho, 2006 14:22


Hoje, finalmente, quero despedir-me de ti.
Não que não te queira mais ao meu lado,
para escutar-me, nas minhas aventuras, nas minhas descobertas,
nos meus lamentos e alegrias.
Em nome de um valor mais alto que o meu egoísmo,
deixo-te partir para os campos da felicidade,
com que sempre sonhaste.
Por tempo demais te retive.
Em sonhos, vi tua imagem,
senti teu abraço. Em livros que li,
em cartas que escrevi,
vi teu pensamento.
Encontrei-te no brilho das estrelas.
Sei que tudo tentaste para me consolar.
Mas precisei desse tempo
para aceitar tua partida.
E mesmo isto compreendeste.
Precisei sofrer muito,
mas afinal entendi que tens o teu caminho
que é só teu.
E que deve ser percorrido com alegria.
Perdoo-me de minhas culpas,
pois sei que me perdoas.
Seja a tua felicidade
a minha paz.
Hoje, finalmente, quero despedir-me de mim.
Não que não queira mais ser como eu era,
quando estavas aqui.
Em nome de um valor mais alto que a morte,
retomo a vida.
Maria do Carmo Vieira-Montfils

http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmontfils.html#luto

Pedro Tavares, N.º 24 - 7.º 2.ª
02 Junho, 2006 14:53

6 comentários:

Anónimo disse...

UFF!!! Finalmente consegui aceder a este blog! Sempre a tentar, tinha de chegar a algum resultado!
Acerca do poema da poeta residente no canadá: é a 1ªvez que oiço falar desta poetisa. No entanto, estou curioso em saber mais sobre ela. Mando, então, para principiar, um poema seu:

"SEM MOTIVO "

Queria um poema leve,
suave,
um poema como a neve,
branco.
Que, mesmo sendo manco,
fluísse solto, isento,
como o vento.
Um poema sem quotidiano,
sem nação,
como ouvir piano.
Um poema sem razão.

http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmontfils.html#util

P.S. : que blog tão interessante. Parabéns!

Anónimo disse...

cá vem outro:

Hoje, finalmente, quero despedir-me de ti.
Não que não te queira mais ao meu lado,
para escutar-me,
nas minhas aventuras, nas minhas descobertas,
nos meus lamentos e alegrias.
Em nome de um valor mais alto que o meu egoísmo,
deixo-te partir para os campos da felicidade,
com que sempre sonhaste.
Por tempo demais te retive.
Em sonhos, vi tua imagem,
senti teu abraço.
Em livros que li,
em cartas que escrevi,
vi teu pensamento.
Encontrei-te no brilho das estrelas.
Sei que tudo tentaste para me consolar.
Mas precisei desse tempo
para aceitar tua partida.
E mesmo isto compreendeste.
Precisei sofrer muito,
mas afinal entendi que tens o teu caminho
que é só teu.
E que deve ser percorrido com alegria.
Perdoo-me de minhas culpas,
pois sei que me perdoas.
Seja a tua felicidade
a minha paz.
Hoje, finalmente, quero despedir-me de mim.
Não que não queira mais ser como eu era,
quando estavas aqui.
Em nome de um valor mais alto que a morte,
retomo a vida.

Maria do Carmo Vieira-Montfils

http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmontfils.html#luto

Anónimo disse...

Poemas de Maria do Carmo Vieira-
-Montfils, Canadá :


SEM MOTIVO
Queria um poema leve,
suave,
um poema como a neve,
branco.
Que, mesmo sendo manco,
fluísse solto, isento,
como o vento.
Um poema sem quotidiano,
sem nação,
como ouvir piano.
Um poema sem razão.


LUTO
Hoje, finalmente, quero despedir-me de ti.
Não que não te queira mais ao meu lado,
para escutar-me,
nas minhas aventuras, nas minhas descobertas,
nos meus lamentos e alegrias.
Em nome de um valor mais alto que o meu egoísmo,
deixo-te partir para os campos da felicidade,
com que sempre sonhaste.
Por tempo demais te retive.
Em sonhos, vi tua imagem,
senti teu abraço.
Em livros que li,
em cartas que escrevi,
vi teu pensamento.
Encontrei-te no brilho das estrelas.
Sei que tudo tentaste para me consolar.
Mas precisei desse tempo
para aceitar tua partida.
E mesmo isto compreendeste.
Precisei sofrer muito,
mas afinal entendi que tens o teu caminho
que é só teu.
E que deve ser percorrido com alegria.
Perdoo-me de minhas culpas,
pois sei que me perdoas.
Seja a tua felicidade
a minha paz.
Hoje, finalmente, quero despedir-me de mim.
Não que não queira mais ser como eu era,
quando estavas aqui.
Em nome de um valor mais alto que a morte,
retomo a vida.


Pedro Tavares, nº24, 7º2ª.

P.S.:Finalmente, consegui!!!

Anónimo disse...

"HILLS AND
HILLS "

The hills
remind me
of you.
Not because
they curve soft and warm
lovely and firm
under the Greek sun.

Or flow
towards the horizon
in slow limpid waves
falling away mysteriously
at the edge of the sea.

So that I can only surmise
their being there
beyond my gaze
and stare into the greyness.

But because
a long time ago
you stared at them
as I am staring now.

IRVING LAYTON (http://us.geocities.com/vincent8.
geo/poetry4.html)

_________(tradução)________________

"MONTES E MONTES"

Os montes
Lembram-me
De ti.
Não porque
Se moldam suave e calorosamente
Adoráveis e firmes
Debaixo do sol grego.

Ou correm
Para o horizonte
Em lentas límpidas ondas
Caindo misteriosamente
À borda do mar.

Então posso apenas deduzir
O estarem ali
Para além do meu olhar
E fixar através das trevas.

Mas porque
Há muito tempo atrás
Tu fixaste-os
Tal como eu os fixo agora.

(tradução por Pedro e Isabel Tavares)

K disse...

Obrigada Pedro
Valeu a pena insistir. Tenha apenas em atenção que o seu nome deve ser escrito com letra maiúscula e é o N.º 24 do 7.º 2.ª. Se tiver sugestões para melhorar o nosso blog, não se iniba de o fazer.
Até sempre
Paula Cardoso

Anónimo disse...

Poemas de Irving Layton (versão original):

"THE TAMED PUMA"

You are mistaken, he said
I am neither lecher nor womanizer.
If I'm crazy about women
it's for the beauty
some pitying devil threw over them,
a beauty that blinds my gaze to everything
except lips eyes breasts
and roils my blood
like a delicious venom.

When the fit is on me
I am their slave, their man Fiday;
they can do with me as they will
and to their absurdest wish
I am as malleable as putty,
more pliant than straw.
For their ally is not beauty alone
but the scantness of sense or purpose
I find in the remotest curved niche
of the universe;
whoever framed its empty immensities
didn't reckon on a man's reason or conscience
or the unassuageable ache in my heart.

Women and poems are my sole chance here
to give expelled breath shape and contour
and fable it with meaning.
I place on the brow of every woman I love
a crown made from the choicest words;
I dress her like a woodland queen
in trope and metaphor.
My desperation blossoms into garlands
braceleting her wrists, my sick despair
into flowering anklets.
I plug the void with my phallus
and making love on bed or carpet
we transfigure pitchblack nothingness
into a tamed puma whose whiskers
we stroke between enrapturing kisses.

http://us.geocities.com/vincent8.geo/poetry4.html#PUMA


"CREATION"

I fashioned you:
Composed you between darkness and dawn.

You are my best-made poem
The one I labored longest over.

What does one do with a poem?
One gives it to the world.

Go, darling, delight others
As you have delighted me.

Bring your fragrant freshness
To lover and lover.

In their loins sow madness and fever
That my fame may endure forever.

http://us.geocities.com/vincent8.geo/poetry4.html#CREATION


"DIVINITY"

Were I a clumsy poet
I'd compare you to Helen;
Ransack the mythologies
Greek, Chinese and Persian

For a goddess vehement
And slim: one with form as fair.
Yet find none. O,love, you are
Lithe as a Jew peddler

And full of grace. Such lightness
Is in your step, instruments
I keep for the beholder
To prove you walk, not dance.

Merely to touch you is fire
In my head; my hair becomes
A burning bush. When you speak,
Like Moses I am dumb

With marvelling, or like him
I stutter with pride and fear:
I hold, Love, divinity
In my changed face and hair.

http://us.geocities.com/vincent8.geo/poetry4.html#DIVINITY
___________________________________

Pedro Tavares, N.º 24, 7.º 2.ª

P.S.: Por favor, gostaria que incluísse um espaço para poemas britânicos, pois tenho uns deles que gostaria de partilhar.
Até sempre!