18 maio 2006

Lucian Blaga, Roménia

Primavera em Moeciu

http://pt.trekearth.com/gallery/Europe/Romania/page27.htm

Lucien Blaga

DORUL

Seţos iţi beau mirasma şi-ţi cuprind obrajii
cu palmele-amândouă, cum cuprinzi
în suflet o minune.
Ne arde-apropierea, ochi în ochi cum stăm.
Şi totuşi tu-mi şopteşti: "Mi-aşa de dor de tine!"
Aşa de tainic tu mi-o spui şi dornic, parc-aş fi
pribeag pe-un alt pământ.

Femeie,ce mare porţi în inimă şi cine eşti?
Mai cântă-mi înc-o dată dorul tău,
să te ascult
şi clipele să-mi pară nişte muguri plini,
din care înfloresc aievea — veşnicii.


SAUDADE
Sedento bebo teu perfume e seguro teu rosto
Com ambas as mãos, como quem segura na alma um milagre.
Queima-nos a proximidade, olhos nos olhos, como estamos.
E contudo sussurras-me: "Tenho tanta saudade de ti!"
Falas tão misteriosa e desejosa, como se eu estivesse exilado em
outro mundo.

Mulher,
que mares levas no peito, e quem és?
Canta ainda uma vez mais tua saudade, por que te ouça
e os instantes me pareçam botões prenhes de que florescessem de facto... eternidades.

De Poemele Luminii (Os Poemas da Luz), 1919

http://www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet156.htm

2 comentários:

PedroTavares disse...

SENHORA DO ALMORTÃO

Nas grandes cidades solitárias
Nas grandes cidades desertas comigo só na vida
Betão, aço e vidro eu desejo, Horus Deus menor
Eu, o herdeiro
Com o desaparecimento de um animal
Único amigo no caminho
Eu fui a guardiã dos mortos
Senhora do Almortão
Arranco-me do pesadelo
Desejava banir este coração de queixumes
Desejava partir deste cemitério
Esta capela na qual eu não quero entrar
Esta capela em ruinas
Este suave perfume de cadáver
Colunas caídas, do tecto avistamos o abismo
Esta capela onde eu não posso entrar
Esta capela onde não me posso esquecer, o meu estômago revolta-se de espanto
Esta capela onde me decomponho lentamente
Sobre o catafalco.

Eugene Galateanu

http://arcaz.blogspot.com/2006_04_01_arcaz_archive.html


Espero que tenha entrado com o pé direito em 2007!
Além disso, se possível, gostaria que pudesse adicionar um cantinho para poemas da Albânia. Como, ao navegar na Internet, encontrei alguns, achei interessante pô-los aqui.

Um grande abraço,
Pedro Tavares

PedroTavares disse...

SENHORA DO ALMORTAO (versão original)

În marile oraşe solitare
În marile oraşe pustii, cu mine singurul în viaţă
Beton oţel şi sticlă şi doar eu, Horus, zeu minor
Eu moştenitorul,
Cu disperarea unui animal
Cu drumul singur prieten
Fug de castelana morţii
Senhora do Almortao
Mă smulg din coşmar
Vreau să alung acel cor de bocitoare
Vreau să ies din acel cimitir
Acea capelă, unde nu vreau să intru
Acea capelă, în părăginire
Acel miros dulce, de leş
Coloane căzute, prin tavan se vede hăul
Acea capelă unde nu pot să intru
Acea capelă unde nu pot să mă uit, stomacul mi se-ntoarce de groază
Acea capelă unde mă descompun încet
Pe catafalc.

Eugene Galateanu

http://arcaz.blogspot.com/2006_04_01_arcaz_archive.html


Um grande abraço,
Pedro Tavares