Carlos Drummond de Andrade
Itabira (31/10/1902-17/08/1987)
Hino nacional
Precisamos descobrir
o Brasil!
Escondido atrás
as florestas,
com a água dos rios no
meio,
o Brasil está dormindo,
coitado.
Precisamos colonizar
o Brasil.
O que faremos
importando francesas
muito louras, de pele
macia,
alemãs gordas, russas
nostálgicas para
garçonetes dos
restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Precisamos educar
o Brasil.
Compraremos professores
e livros,
assimilaremos finas
culturas,
abriremos dancings e
subvencionaremos as
elites.
Cada brasileiro terá sua
casa
com fogão e aquecedor
elétricos, piscina,
salão para conferências
científicas.
E cuidaremos do Estado
Técnico.
Precisamos louvar o
Brasil.
Não é só um país sem
igual.
Nossas revoluções são
bem maiores
do que quaisquer outras;
nossos erros também.
E nossas virtudes? A
terra das sublimes paixões...
os Amazonas
inenarráveis... os
incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o
Brasil!
Se bem que seja difícil
compreender o que
querem esses homens,
por que motivo eles se
ajuntaram e qual a razão
de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos
esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem
limites, tão
despropositado,
ele quer repousar de
nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer!
Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro
mundo. Este não é o
Brasil.
Nenhum Brasil existe. E
acaso existirão os brasileiros?
Eduardo Alves da Costa
Quanto a mim, sonharei
com Portugal
Às vezes, quando
estou triste e há silêncio
nos corredores e nas
veias,
vem-me um desejo de
voltar
a Portugal. Nunca lá
estive,
é certo, como também
é certo meu coração, em
dias tais,
ser um deserto.
http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm1.html#hino
Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Carlos Drummond de Andrade
de:INÊS 7.º2." 2/6/2006
02 Junho, 2006 13:53
4 comentários:
Construirei para ti uma casa terrestre,
feita de pão e luz e música,
onde caibas apenas tu
e não haja espaço para os intrusos
E quando, à noite nos amarmos,
como se amaram
o primeiro homem e a primeira mulher,
mandarei que repiquem os tambores
- para que saibam todos que voltaram ao mundo
o primeiro homem e a primeira mulher.
Caro anónimo
Obrigada pelo poema. Gostaria de saber de quem é o poema, se possível.
Até sempre
Paula Cardoso
Pesso imensa desculpa mas o poema e meu por isso se eu sou anonino o poema tambem tem de ser obrigado e ate sempre
LUIZ CARLOS AMORIM
" Vida nova "
Bebo um gole de vida
e saio pelos caminhos,
faróis nos olhos,
canção nos lábios,
o futuro nas mãos
e sonhos no coração.
Planto sorrisos,
cultivo a paz
e lanço sementes
no chão de um mundo novo.
Aprendo poesia
e eternizo a essência
de um novo ser,
num tempo novo
onde a emoção me leva.
Construo uma nação
dentro do meu poema
e convido você
a morar nele...
http://www.palavrarte.com/Poemas_Poetas/poempoe_poebrasII.htm#luizcarlosamorim
__________________________________
Olá...
Mais um poema, um sonho a tornar-se realidade! É assim que vejo este...
Não posso desenvolver muito. Não tarda tenho de ir para as aulas. Felicidades a si, um bom dia e um até logo!
PEDRO TAVARES
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